Muito bacana este trabalho
abaixo. Acho importante manter viva a cultura e fazer com que os jovens cultivem
a memória de onde vivem:
Este trabalho foi
realizado com os alunos do 7º ano da escola , EMEF "Cônego Benedito Gomes
França" em S.José do Barreiro, embasado nas atividades para a Olímpiada de
Língua Portuguesa: Escrevendo o Futuro, cujo o tema era: O lugar onde vivo, em
2010.
Idealizado pelo
Prof. Denilson David Monteiro, que é Professor de Português, Literaturas de Língua
Portuguesa e Brasileira, Pós Graduado em Gestão Escolar e que gentilmente cedeu
este material a fim de compartilhar pedaços da história da nossa pequena e charmosa
cidade.
Entrevistada: Marilda Domingos da S. Ribeiro
Ela nasceu em São José do Itamonte, atualmente
conhecida como Itamonte(Minas Gerais) em 3 de julho de 1927 e veio para São
José do Barreiro/SP em 1933, mora na cidade faz 84 anos.
Grupo: Como era o modo de viver no passado?
Marilda: Naquela época, era muito sofrido porque o cansaço era demais, e o povo
queria levantar uma cidade. Mas a vida era simples, não como hoje, que todo
mundo tem o que quer. Como a vida era simples não era fácil ter sapato, roupa,
escola muito preparada pra dar futuro melhor e também não tinha merenda boa,
era assim: uma trazia leite, outro farinha ou angu doce etc...Tinha vez que nem
merenda tinha. Na escola se faltasse com respeito era castigado a ajoelhar no
milho ou apanhava. Mas não era todo mundo que podia ir à escola, porque tinha
que trabalhar na lavoura para se sustentar e também sustentar a família.
Grupo: Como era o jeito de namorar?
Marilda: Na época, o
jeito de namorar era se encontrando na casa dos pais. Era mais ou menos assim:
um homem no sofá, o pai no meio e a mulher no outro sofá. Apenas podia falar um
oi ou um tchau e não podia ter um contato físico. Se o pai ou a mãe pegasse os
dois de mãos dadas ou se beijando, eles eram obrigados a casar às pressas,
senão o pai encomendava sua morte, ainda mais se a filha ficasse mal falada na
cidade. Mas esse era o jeito rígido de namorar na época.
Grupo: Como era o jeito de brincar e quais eram as
brincadeiras?
Marilda: O jeito de brincar era simples porque as pessoas mais ricas podiam
comprar bonecas de porcelana, já as pessoas pobres não tinham como comprar
brinquedos para seus filhos, então seus próprios filhos faziam seus brinquedos
e brincavam de brincadeiras populares como:pular amarelinha, pega-pega, anel,
roda, cotia, bolinhas de gude e bonecos de pano, de palha e de madeira. Não
como hoje que as pessoas passam horas jogando vídeo game e no computador.
Como era o jeito de se vestir?
Marilda: O modo de se vestir era elegante. Os homens se
vestiam com terno, gravata borboleta, sapato social, bem perfumado e de
chapéu ou bem penteado. Já as mulheres de vestido para baixo do joelho, meia
liga, sapatilhas pretas, luvas, chapéu, guarda-sol, etc.
Marilda: Carnaval, Natal, Ano Novo, Festa Junina, comemorações de casamentos eram bem alegres porque o povo era unido na preparação das ruas, enfeitando com tiras coloridas.
Grupo: Quais foram as transformações ocorridas na cidade?
Marilda: As transformações na cidade aconteceram aos poucos
com a chegada da luz, o calçamento da cidade, chegada de carros, chegada de médicos, chegada
do trem, etc.
Grupo: Quais os lugares em que a senhora trabalhou?
Marilda: No Sítio São Miguel. A minha chegada foi com 10
anos, que caminhei muito até aqui porque vim de Itamonte, em Minas Gerais.
Grupo: Existe alguma profissão que sumiu na cidade?
Marilda: A profissão que sumiu foi a de lavadeira, que
lavava para os ricos no rio.
Marilda: A festa de São José, padroeiro da cidade.
Grupo: Deixe uma mensagem em geral para os estudantes:
Marilda: Quero deixar que o passado está no coração de todos, mas ninguém pode negar sua origem, de um povo feliz, apesar do cansaço, que ajudou a erguer uma cidade, de um povo guerreiro.
Grupo: Mário Jorge, Jonathan Barbosa, Rauly, Cilien e Tatiele.
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