5 de novembro de 2021

3 ótimas razões para se hospedar na Pousada Encanto da Bocaina no próximo feriado!


Alguns estudos indicam,  que uma caminhada em meio à floresta diminui o cortisol, principal hormônio causador do stress. É utilizada inclusive, como medicina preventiva. Alguns dias em meio à natureza pode ser tudo que você e seu amor precisam neste momento. E a Pousada Encanto da Bocaina é o lugar ideal para isso.


Na pousada você encontrará um atendimento para lá de especial, feito pelos proprietários que fazem da sua estadia algo ímpar. Você vai se sentir como se estivesse em uma casa de amigos. Além de ser uma pousada exclusiva para casais, está inserida em uma Reserva Particular de 200.000m2, onde a privacidade oferecida é algo marcante para uma pousada romântica. 


 

Leia abaixo, os três motivos pelos quais você deve aproveitar o próximo feriado para conhecer no interior de São Paulo, bem perto da divisa do Rio de Janeiro, essa pousada romântica na Serra da Bocaina

Exclusividade

Uma das principais características da Pousada Encanto da Bocaina é a exclusividade.  São apenas três chalés para casais. Desta forma, em muitos momentos, você terá a impressão de que estão sozinhos na pousada. Trabalhamos a fim de proporcionar toda privacidade e tranquilidade que o casal precisa para vivenciar esse momento a dois na Bocaina. Contemple a vista do nosso deck e relaxe em nossa  espreguiçadeira, leia um livro ou simplesmente descanse em nosso redário,  ouvindo cantos dos pássaros e se der sorte, ter a companhia dos saguis da serra escuro saltando entre uma árvore e outra.  À noite céu estrelado como você nunca viu e, nesta época, vagalumes tornando sua noite algo incrível. A natureza exuberante da Serra da Bocaina, bem perto de vocês.





Gastronomia

Em nosso café da manhã, oferecemos pães, geleias, iogurtes e bolos feitos de forma artesanal, frutas frescas da estação, queijo e manteiga da região.  Vários itens para você começar o dia bem, cheio de energia para aproveitar os melhores passeios na região e tudo isso com uma vista deslumbrante!

Um dos pontos altos da Pousada Encanto da Bocaina. O Pirilampo Bistrô, restaurante de cozinha contemporânea, tem ambiente charmoso e aconchegante, ideal para proporcionar privacidade em uma viagem a dois. Nosso cardápio atende à diversos paladares , sempre privilegiando a alimentação saudável e balanceada, e  nossa carta de vinhos preparada especialmente para harmonizar  com nossos pratos, tornando  sua experiência na melhor pousada na Serra da Bocaina, algo inesquecível.




Experiências

Se você quer aproveitar o feriado nesta viagem a dois e fazer algo totalmente diferente do comum, se hospedar em uma pousada romântica  é uma excelente opção para um feriado prolongado. Além de todo conforto da melhor pousada da Serra da Bocaina , oferecemos  algumas  Experiências para vocês se surpreenderem: seja um picnic romântico, seja uma aula de culinária, uma massagem relaxante ou até mesmo uma comemoração especial.

O PicNic pode ser feito em nosso deck com decoração especial ou você pode levar  a cesta para admirar  um lindo por do sol em um dos atrativos da Serra da Bocaina a rampa de vôo livre.



No Bocaina Cooking  você aprende a preparar um risoto ou pasta italiana e depois degusta junto com seu amor, na varanda do Bistrô com vista para as verdes colinas da Serra da Bocaina.




Em nosso  Momento SPA , você vai aproveitar  o ar puro e o clima das montanhas para relaxar seu corpo e mente neste momento único com massagem manual, com aplicação de  pedras vulcânicas que traz uma deliciosa e grande sensação de conforto físico.



E para celebrar aniversário, bodas de forma única e personalizada, preparamos com muito carinho para que este momento seja marcante na vida do casal com nosso Momento Happy Day.



Renove suas energias, em meio a natureza, neste refúgio para casais no interior de São Paulo e conheça a Pousada Encanto da Bocaina.




Escolha um dos nossos três chalés e reserve conosco o pacote com 3 diárias para o feriado de 15 de novembro neste link 


3 de novembro de 2021

IÇÁ Alimento do passado e do futuro

A Içá, nome dado a rainha das chamadas saúvas ou formigas-cortadeiras no Brasil, especialmente aquelas maiores da espécie Atta cephalotes, insetos da família dos formicídeos. São chamadas ainda de: saúva, saúba, formiga-cortadeira, formiga-carregadeira, formiga-de-mandioca, formiga-cabeçuda, formiga-de-roça, roceira, cabeçuda, caçapó, maniuara, caiapó, carregadeira, cortadeira, formiga-caiapó, formiga-da-roça, formiga-de-nós, formiga-saúva, lavradeira, manhuara, tanajura, picadeira e formiga-de-taboca.



     









No Brasil, a saúva apesar de ajudar a enriquecer o solo e dar origem a florestas é tida como uma das mais importantes pragas agrícolas, sendo tão abundante e ativa nas lavouras que os primeiros colonizadores a denominava de "o verdadeiro Rei do Brasil". 

Entre os anos de 1816 e 1822, o naturalista francês Auguste de Saint Hilaire, tendo escrito importantes livros sobre os costumes e paisagens brasileiro, disse: “Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil. 

Atualmente a região mais conhecida por consumir içás é o Vale do Paraíba paulista, onde estamos localizados. Mas, há relatos deste consumo em outras regiões. O consumo de içá era bastante comum nas tribos indígenas brasileiras, comido com farofa de mandioca torrada.

Mais tarde quem também passou a consumi-las foram os tropeiros em suas viagens. O fato chamou a atenção de Padre Anchieta, que considerou como um hábito curioso que os nativos, em determinada época do ano ficavam ansiosos para colher, aos saltos, “frutos” que vinham do céu.



Atualmente as içás vem tomando espaço na alta gastronomia e se popularizando, não só por sua excentricidade mas também pelo caráter de alimento sustentável e ecológico. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas) uma formiga gasta 80% a menos que um boi para produzir 1 kg de massa. Em tempos de escassez quanto menos água, área verde e ração se gastar para ser produzido melhor será para o meio ambiente.

            






As Içás reconhecida FAO – Unesco – ONU pela sua qualificação alimentar por sua proteína vegetal, raridade na humanidade. Servir as farofas Içás envolvidas em folhas “ora pro nobis” outra iguaria magnífica da região sudeste homenageamos as Minas Gerais, Tiradentes – Mártir da independência brasileira e D. Pedro por usa passagem nesta Pindamonhangaba no ir e vir para proclamar a Independência do Brasil

O teor de gordura na formiga içá é o maior da classe de insetos. Já utilizada na culinária brasileira, seu alto teor de gordura fornece sabor as preparações.

A formiga da espécie Atta cephalotes (Içá) possui mais proteínas (42,59 %) do que a carne de frango (23 %) ou bovina (20 %).


Em nosso restaurante, o risoto de içá com ora pró nobis é um prato bastante apreciado. Quando vier, experimente!



17 de julho de 2020

Isolationist Travel


Levando o “pé da letra” Isolationist Travel significa viagem isolacionista. Apesar de Isolacionismo não ser um termo usual no Brasil, nos Estados Unidos isolationism é compreendido como a ideia de isolar o país sobre assuntos de outras nações, recusando-se a fazer alianças, compromissos econômicos estrangeiros, acordos internacionais etc., dedicando-se todos os esforços às suas próprias questões e assim mantendo a “política da boa vizinhança” e lá não soa tão estranho.
Considerando que diante da necessidade de manter um distanciamento social em função do CORONAVIRUS e, além disso, as fronteiras encontram-se fechadas, o termo acaba por encontrar um contexto no setor turístico em um comportamento análogo ao isolacionismo. Desta forma pessoas passam a procurar viagens domésticas, em locais afastados do burburinho e aglomerações, que possam usufruir de espaço ao ar livre e se sentirem seguras com as pessoas de seu convívio mais íntimo.
É fato que na cultura brasileira, o conceito de não viajar para fora e principalmente para destinos onde é mais provável encontrar silêncio e mais ninguém seja mais penoso, mas diante de tais circunstâncias será possível descobrir belezas até então menosprezadas e um despertar  ao encantamento por lugares, coisas e na própria pessoa tão próximo que se desconhecia.

10 de julho de 2020

Falando em Feijoada

Além de torcedor do Flamengo e da Mangueira, sou um amante da Feijoada, tanto é que reservamos os horários do almoço de sábado do Pirilampo Bistrô para servir somente a autentica Feijoada Carioca (se é que existe isso). O fato é que como natural da cidade do Rio de Janeiro, desde criança esse prato esteve presente na comensalidade familiar, nos bares, restaurante e reuniões de amigos nos finais de semana e que por sua vez havia um padrão em sua composição, ou seja, feijão preto, cortes de carne suína, arroz branco, couve manteiga, farofa, laranja, molhos de pimenta e cebola e uma batidinha de limão para descontrair - como se fosse possível descontrair ainda mais em momentos como esses entre cariocas. 
Corre em bocas que a feijoada é um prato que tem sua origem nas senzalas, resultante de sobras de carnes de porco dispensadas pelos senhores de escravos que às utilizavam misturando ao feijão, só que não!
Para minha surpresa e acredito que para grande maioria dos admiradores desse cardápio, a Feijoada tem sua história um pouco diferente. Para isso elegi o artigo escrito por Rodrigo Elias que é Mestre em História Moderna e Contemporânea pela UFF e doutor em História Social na UFRJ para esclarecer essa “conversa fiada”, com sua permissão


FEIJOADA
Breve História de uma Instituição Comestível

“O paladar não é tão universal como a fome”, disse Luís da Câmara Cascudo em 1968. O ilustre etnógrafo e mais importante folclorista do País referia-se a um prato brasileiro, talvez o mais tipicamente brasileiro: a feijoada. Para ele, era preciso uma predisposição especial para que se pudesse apreciar os sabores do prato, assim como para usufruir de todas as nuanças de certos vinhos. Em outras palavras, a culinária – e mesmo a “simples” apreciação desta – pressupõe a educação de um importante sentido, o paladar. Por isso, é bom conhecer um pouco da trajetória dessa instituição nacional que, além de ser uma das mais perenes, tem a vantagem de ser comestível. Convencionou-se que a feijoada foi inventada nas senzalas. Os escravos, nos escassos intervalos do trabalho na lavoura, cozinhavam o feijão, que seria um alimento destinado unicamente a eles, e juntavam os restos de carne da casa-grande, partes do porco que não serviam ao paladar dos senhores. Após o final da escravidão, o prato inventado pelos negros teria conquistado todas as classes sociais, para chegar às mesas de caríssimos restaurantes no século XX. Mas não foi bem assim. A história da feijoada – se quisermos também apreciar seu sentido histórico – nos leva primeiro à história do feijão. O feijão-preto, aquele da feijoada tradicional, é de origem sul-americana. Os cronistas dos primeiros anos de colonização já mencionam a iguaria na dieta indígena, chamado por grupos guaranis ora comanda, ora comaná, ora cumaná, já identificando algumas variações e subespécies. O viajante francês Jean de Léry e o cronista português Pero de Magalhães Gândavo, ainda no século XVI, descreveram o feijão, assim como o seu uso pelos nativos do Brasil. A segunda edição da famosa Historia Naturalis Brasiliae, do holandês Willen Piso, revista e aumentada em 1658, tem um capítulo inteiro dedicado à nobre semente do feijoeiro. O nome pelo qual o chamamos, porém, é português. Na época da chegada dos europeus à América, no início da Idade Moderna, outras variedades desse vegetal já eram conhecidas no Velho Mundo, aparecendo a palavra feijão escrita pela primeira vez, em Portugal, no século XIII (ou seja, cerca de trezentos anos antes do Descobrimento do Brasil). Apenas a partir de meados do século XVI, começou-se a introduzir outras variedades de feijão na colônia, algumas africanas, mas também o feijão consumido em Portugal, conhecido como feijão-fradinho (de cor creme, ainda hoje muito popular no Brasil, utilizado em saladas e como massa para outros pratos, a exemplo do também famoso acarajé). Os cronistas do período compararam as variedades nativas com as trazidas da Europa e África, e foram categóricos, acompanhando a opinião do português Gabriel Soares de Souza, expressa em 1587: o feijão do Brasil, o preto, era o mais saboroso. Caiu no gosto dos portugueses. As populações indígenas obviamente o apreciavam, mas tinham preferência por outro vegetal, a mandioca, raiz que comiam de várias formas – e até transformavam em bebida fermentada, o cauim – e que caiu também nas graças dos europeus e dos africanos. A mandioca era o alimento principal dos luso-americanos da capitania de São Paulo, os paulistas, que misturavam sua farinha à carne cozida, fazendo uma paçoca que os sustentava nas suas intermináveis viagens de caça a índios para a escravização. Mas também comiam feijão. Feijão preto.
O feijoeiro, em todas as suas variedades, também facilitou a fixação das populações no território lusoamericano. Era uma cultura essencialmente doméstica, a cargo da mulher e das filhas, enquanto o homem se ocupava com as outras plantações e com o gado. A facilidade do manejo e seus custos relativamente baixos fizeram com que a cultura do feijão se alastrasse no século XVIII entre os colonos. Segundo Cascudo, tornou-se lugar-comum nas residências humildes do interior do País a existência do “roçadinho”, no qual era atributo quase que exclusivo das mulheres o “apanhar” ou “arrancar” feijões. A dispersão populacional dos séculos XVIII e XIX (até então a colonização era restrita às áreas litorâneas), seja por conta dos currais do Nordeste, do ouro e dos diamantes do Centro-Oeste ou das questões de fronteira com os domínios espanhóis no Sul, foi extremamente facilitada pelo prestigiado vegetal. Atrás dos colonos, foi o feijão. Ao lado da mandioca, ele fixava o homem no território e fazia, com a farinha, parte do binômio que “governava o cardápio do Brasil antigo”. No início do século XIX, absolutamente todos os viajantes que por aqui passaram e descreveram os hábitos dos brasileiros de então mencionaram a importância central do feijão como alimento nacional. Henry Koster afirmou em Recife, em 1810, que o feijão cozido com o sumo da polpa do coco era delicioso. O príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied comeu feijão com coco na Bahia, em 1816, e adorou. O francês Saint-Hilaire sentenciava, nas Minas Gerais de 1817: “O feijão-preto forma prato indispensável na mesa do rico, e esse legume constitui quase que a única iguaria do pobre”. Carl Seidler, militar alemão, narrando o Rio de Janeiro do Primeiro Reinado, descrevia, em 1826, a forma como era servido: “acompanhado de um pedaço de carne de rês (boi) seca ao sol e de toucinho à vontade”, reproduzindo em seguida uma máxima que atravessaria aquele século e constitui ainda hoje, para o brasileiro comum, uma verdade insuperável: “não há refeição sem feijão, só o feijão mata a fome”. Mas, destoando dos outros cronistas, opinava: “o gosto é áspero, desagradável”. Segundo ele, só depois de muito tempo o paladar europeu poderia acostumar-se ao prato. Spix e Martius, naturalistas que acompanharam a comitiva da primeira imperatriz do Brasil, a arquiduquesa austríaca Leopoldina, fizeram referência à “alimentação grosseira de feijão-preto, fubá de milho e toucinho” em Minas Gerais. Também citaram o feijão como alimento básico dos baianos, inclusive dos escravos. O norte-americano Thomas Ewbank, em 1845, escreveu que “feijão com toucinho é o prato nacional do Brasil”. Porém, o retrato mais vivo do preparo comum do feijão – não é ainda a feijoada – foi feito pelo pintor francês Jean-Baptiste Debret, fundador da pintura acadêmica no Brasil, sobrinho e discípulo de Jacques-Louis David. Descrevendo o jantar da família de um humilde comerciante carioca durante a estadia da corte portuguesa no Rio de Janeiro, afirmou que “se compõe apenas de um miserável pedaço de carne-seca, de três a quatro polegadas quadradas e somente meio dedo de espessura; cozinham-no a grande água com um punhado de feijões-pretos, cuja farinha cinzenta, muito substancial, tem a vantagem de não fermentar no estômago. Cheio o prato com esse caldo, no qual nadam alguns feijões, joga-se nele uma grande pitada de farinha de mandioca, a qual, misturada com os feijões esmagados, forma uma pasta consistente que se come com a ponta da faca arredondada, de lâmina larga. Essa refeição simples, repetida invariavelmente todos os dias e cuidadosamente escondida dos transeuntes, é feita nos fundos da loja, numa sala que serve igualmente de quarto de dormir”. Além de professor da Academia Real de Belas-Artes, Debret, que esteve no Brasil entre 1816 e 1831, notabilizou-se pela realização de uma verdadeira crônica pictórica do país do início do século XIX, em especial do Rio de Janeiro, na qual constam pinturas como Armazém de carne-seca e Negros vendedores de linguiça, além da referida cena da refeição. Portanto, nem só de feijão viviam os homens. Os indígenas tinham uma dieta variada, e o feijão nem mesmo era o seu alimento preferido. Os escravos também comiam mandioca e frutas, apesar da base do feijão. Mas há o problema da combinação de alimentos, também levantado por Câmara Cascudo na sua belíssima História da Alimentação no Brasil. Havia, na Época Moderna, entre os habitantes da colônia (sobretudo os de origem indígena e africana), tabus alimentares que não permitiam uma mistura completa do feijão e das carnes com os outros legumes. Entre os africanos, aliás, muitos de origem muçulmana ou influenciados por esta cultura, havia interdição do consumo da carne de porco. Como, afinal, poderiam fazer nossa conhecida feijoada? Na Europa, sobretudo na Europa de herança latina, mediterrânica, havia – e há, informa Cascudo – um prato tradicional que remonta pelo menos aos tempos do Império Romano. Consiste basicamente em uma mistura de vários tipos de carnes, legumes e verduras. Há variações de um lugar para o outro, porém é um tipo de refeição bastante popular, tradicional. Em Portugal, o cozido; na Itália, a casoeula e o bollito misto; na França, o cassoulet; na Espanha, a paella, esta feita à base de arroz. Essa tradição vem para o Brasil, sobretudo com os portugueses, surgindo com o tempo – na medida em que se acostumavam ao paladar, sobretudo os nascidos por aqui – a ideia de prepará-lo com o onipresente feijão-preto, inaceitável para os padrões europeus. Nasce, assim, a feijoada. Segundo Câmara Cascudo, “o feijão com carne, água e sal, é apenas feijão. Feijão ralo, de pobre. Feijão todo-dia. Há distância entre feijoada e feijão. Aquela subentende o cortejo das carnes, legumes, hortaliças”. Essa combinação só ocorre no século XIX, e bem longe das senzalas. O padre Miguel do Sacramento Lopes Gama, conhecido como “Padre Carapuceiro”, publicou no jornal O Carapuceiro, de Pernambuco, em 3 de março de 1840, um artigo no qual condenava a “feijoada assassina”, escandalizado pelo fato de que era especialmente apreciada por homens sedentários e senhoras delicadas da cidade – isso em uma sociedade profundamente marcada pela ideologia escravocrata. Vale lembrar que as partes salgadas do porco, como orelha, pés, e rabo, nunca foram restos. Eram apreciados na Europa enquanto o alimento básico nas senzalas era uma mistura de feijão com farinha. O que se sabe de concreto é que as referências mais antigas à feijoada não têm nenhuma relação com escravos ou senzalas, mas sim a restaurantes frequentados pela elite escravocrata urbana. O exemplo mais antigo está no Diário de Pernambuco de 7 de agosto de 1833, no qual o Hotel Théâtre, de Recife, informa que às quintas-feiras seriam servidas “feijoada à brasileira” (referência ao caráter adaptado do prato?). No Rio de Janeiro, a menção à feijoada servida em restaurante – espaço da “boa sociedade” – aparece pela primeira vez no Jornal do Commercio de 5 de janeiro de 1849, em anúncio sob o título A bela feijoada à brasileira: “Na casa de pasto junto ao botequim da Fama do Café com Leite, tem-se determinado que haverá em todas as semanas, sendo às terças e quintas-feiras, a bela feijoada, a pedido de muitos fregueses. Na mesma casa continua-se a dar almoços, jantares e ceias para fora, com o maior asseio possível, e todos os dias há variedade na comida. À noite há bom peixe para a ceia.”
Nas memórias escritas por Isabel Burton, esposa do aventureiro, viajante, escritor e diplomata inglês Richard Burton, em 1893, remetendo-se ao período em que esteve no Brasil, entre 1865 e 1869, aparece um interessante relato sobre a iguaria. Falando sobre a vida no Brasil (seu marido conquistou a amizade do imperador D. Pedro II, e ela compartilhou do requintado círculo social da marquesa de Santos, amante notória do pai deste, D. Pedro I), Isabel Burton diz que o alimento principal do povo do País – segundo ela equivalente à batata para os irlandeses – é um saboroso prato de “feijão” (a autora usa a palavra em português) acompanhado de uma “farinha” muito grossa (também usa o termo farinha), normalmente polvilhada sobre o prato. O julgamento da inglesa, após ter provado por três anos aquilo a que já se refere como “feijoada”, e lamentando estar há mais de duas décadas sem sentir seu aroma, é bastante positivo: “É deliciosa, e eu me contentaria, e quase sempre me contentei, de jantá-la.” A Casa Imperial – e não escravos ou homens pobres – comprou em um açougue de Petrópolis, no dia 30 de abril de 1889, carne verde (fresca), carne de porco, linguiça, linguiça de sangue, rins, língua, coração, pulmões, tripas, entre outras carnes. D. Pedro II talvez não comesse algumas dessas carnes – sabe-se de sua preferência por uma boa canja de galinha –, mas é possível que outros membros de sua família, sim. O livro O cozinheiro imperial, de 1840, assinado por R. C. M., traz receitas para cabeça e pé de porco, além de outras carnes – com a indicação de que sejam servidas a “altas personalidades”. Hoje em dia não há apenas uma receita de feijoada. Pelo contrário, parece ser ainda um prato em construção, como afirmou nosso folclorista maior no final dos anos 1960. Há variações aqui e acolá, adaptações aos climas e produções locais. Para Câmara Cascudo, a feijoada não é um simples prato, mas sim um cardápio inteiro. No Rio Grande do Sul, como nos lembra o pesquisador Carlos Ditadi, ela é servida como prato de inverno. No Rio de Janeiro, vai à mesa de verão a verão, todas as sextas-feiras, dos botecos mais baratos aos restaurantes mais sofisticados. O que vale mesmo é a ocasião: uma comemoração, uma confraternização, a antecipação do fim-de-semana no centro financeiro carioca, ou até mesmo uma simples reunião de amigos no domingo. Um cronista brasileiro da segunda metade do século XIX, França Júnior, chegou a dizer mesmo que a feijoada não era o prato em si, mas o festim, a patuscada, na qual comiam todo aquele feijão. Como na Feijoada completa de Chico Buarque: “Mulher / Você vai gostar / Tô levando uns amigos pra conversar”. O sabor e a ocasião, portanto, é que garantem o sucesso da feijoada. Além, é claro, de uma certa dose de predisposição histórica (ou mítica) para entendê-la e apreciá-la, como vêm fazendo os brasileiros ao longo dos séculos.



Bibliografia:
CASCUDO, Luís da Câmara. História da Alimentação no Brasil. 2ª edição. Belo Horizonte; São Paulo: Ed. Itatiaia; Ed. da USP, 1983 (2 vols.). 
DITADI, Carlos Augusto da Silva. “Feijoada completa”. in: Revista Gula. São Paulo, no 67, outubro de 1998.
DÓRIA, Carlos Alberto. “Culinária e alta cultura no Brasil”. in: Novos Rumos. Ano 16, no 34, 2001.



19 de março de 2020

Receita de Muffin de cenoura



Receita de Muffin de cenoura 



Ingredientes

2 ovos
2 cenouras médias
1/4 xícara de azeite(ou de óleo de côco em estado líquido)
1/2 xícara de açúcar demerara
1 e 1/2 xícara de farinha de aveia sem glúten( se quiser versão normal, é só comprar a farinha de aveia normal)
1 colher de sopa de fermento em pó
1 pitada de sal
Uvas passas ou chocolate 70% em gotas.

Modo de preparo

Bata no liquidificador os ovos, as cenouras e o azeite até ficar homogêneo. 
Despeje em um bolw e acrescente os secos. Misture bem e coloque em formas de muffin ou cupcake.

Asse em forno pré aquecido a 180 graus por 25 min.

Fica uma delícia!



16 de março de 2020

Pousada Petfriendly


O que é petfriendly?

pousada Petfriendly em sp, viagem com cachorro, Petfriendly sp

Ao pé da letra, esta expressão pode ser traduzida como 'amigo dos animais' e é utilizada para identificar lugares onde os animais são bem-vindos, aceitos, onde podem permanecer.



Diferenças de uma pousada petfriendly  para um hotel para cachorro

pousada petfriendly

O que é uma pousada petfriendly?

Uma pousada petfriendly é  uma pousada onde é permitido as pessoas estarem hospedadas em companhia de seus animais de estimação. Ou seja, uma pousada de humanos, com infraestrutura voltada para atender este público. E alguns pequenos ajustes são feitos para atender os animais de estimação que estão em viagem com eles. Como por exemplo: disponibilizar bebedouros em pontos estratégicos, sacos coletores e lixeiras exclusivas para fezes animais, oferecer alguns mimos, deixar que eles acompanhem seus donos durante as refeições, etc.







O que é um hotel para cachorro?

Um lugar para você deixar seu animal de estimação sob cuidados, durante períodos de tempo. Podendo ser por poucos dias ou até mesmo semanas.

Um hotel voltado para o conforto e descanso dos animais de estimação levando em conta, espaço para recreação, espaços individuais climatizados para descanso(canis), atividades de socialização, etc.  Ou seja, tudo pensado para o bem estar animal e com infraestrutura voltada para eles.

 



Como surgiu a ideia da Encanto da Bocaina ser uma pousada  petfriendly?

Desde a concepção do projeto da pousada em 2008, decidimos que seríamos uma pousada petfriendly.  Adoramos viajar e tínhamos naquela época muita dificuldade em achar lugares que aceitassem animais de estimação em viagens. Deixamos de viajar por diversas vezes por não ter onde deixar a Aisha, nossa mascote.

Aisha


Com isso, a Pousada foi a primeira no Brasil a receber o selo do “Sistema de Classificação Pet Friendly”, criado pelo site Turismo 4Patas.  Conquistamos a categoria Premium por cumprir critérios que atendem às necessidades dos hóspedes com seus animais de estimação.


Seguem alguns dos critérios desta certificação e que seguimos por aqui:

Obrigatórios

1. Receptividade;
2. O animal se hospeda no quarto com o dono;
3. Lixeiras Exclusivas para fezes animais;
4. Saquinhos Cata-caca;
5. Equipe de atendimento com conhecimento básico sobre raças e portes de animais;
6. Kit de primeiros socorros para uso do hóspede;
7. Opção de espaço para refeições em companhia dos pets (Restaurante com espaço reservado / externo );
8. Ocupação preferencial em quartos / apartamentos térreos ou 1o. Andar;
9. Bebedouros (potes) estrategicamente localizados (Recepção, estacionamento, restaurante)

Eletivos

1.Gramado para circulação livre ou na guia;
2.Trilha dentro da propriedade;
3.Kit de boas-vindas;
4.Piso frio na habitação;
5.Habitação com varanda;
6.Limpeza diária da habitação com aspiração e produtos não agressivos aos pets.



Através deste processo de qualificação, entendemos a importância de se organizar, de estabelecer regras, de fazer algumas pequenas adaptações em nossa estrutura para que o convívio com os outros hóspedes – com ou sem pets - seja tranquilo e respeitoso para todos.



Criamos uma Política de Aceitação de Animais de Estimação, pois enquanto pousada precisamos zelar pelas relações e o conforto dos que nos procuram. Hoje ao adotar um animal, ele chega fazendo parte da família e, em muitas ocasiões, perde-se o equilíbrio entre o que o animal pode e não pode fazer por conta da humanização, ou seja, tratar o animal como se fosse ser humano.

Essas regras da política são o resultado das diversas  experiências que ao final são aprovadas e exaltadas por centenas de pessoas que nos deram a honra de aproveitar momentos inesquecíveis com a gente, haja vista inúmeros comentários publicados espontaneamente nas mais diferentes fontes de redes sociais.

Em outro momento, percebemos que se fazia necessário, um treinamento mais voltado à parte comportamental a fim de educar e saber lidar melhor com a nossa matilha sobretudo melhorar nossa prestação de serviços no que diz respeito a recepcionar nossos visitantes.

Este treinamento foi realizado pela Maristela Aiko que estudou Filosofia na USP e sua paixão por cães, resolveu se dedicar ao estudo do comportamento da espécie canina. Coordenava um daycare onde lidava com uma matilha de quase 150 cães, além de fazer passeios recreativos e orientar os tutores sobre questões comportamentais.


pousada pet friendly 

Apesar de entender que hoje o pet virou membro da família, respeitamos acima de tudo, a natureza deles. Então nada melhor do que deixar fluir os seus instintos naturais ou seja, se socializar com outros cães, cavar, correr, pular livre, se sujar, etc. Entendemos que os pets que vêm junto com seus tutores devem acompanhá-los em todos os passeios fora e dentro da pousada, por isso somente é permitida a permanência do animal sozinho no chalé enquanto seus tutores estiverem nas dependências da Pousada. No Bistrô temos uma varanda, onde eles podem acompanhá-los, no café da manhã e no jantar.

Os únicos lugares que estão restritos são o restaurante e cozinha até mesmo por questões de higiene e vigilância sanitária. Podem ficar soltos sem guia, com supervisão dos tutores que são os responsáveis pela integridade física deles.







Desde que abrimos já recebemos inúmeros pets, dentre eles cães, gatos, pássaros e até papagaio. 

Acho que o carinho com que a gente recebe é o fator principal para o sucesso desde então - tanto as pessoas quanto os pets. A gente não só aceita, a gente recebe o pet e é isso que faz a diferença!  

Prezamos sempre pela proximidade nas relações com os hóspedes fazendo com que eles se sintam em casa. E o fato de termos pets também ajuda a entender melhor as demandas!

Em nosso Facebook temos um álbum chamado PetFriendly e tem várias fotos dos pets que já recebemos por aqui!

Bem vindos!

12 de março de 2020

Dicas de passeios na Serra da Bocaina e São José do Barreiro

História e localização


Localizada a 214 km do Rio e a 285 km de São Paulo e aos pés da Serra da Bocaina, a cidade de São José do Barreiro tem como principal característica, a tranquilidade. Foi fundada pela uma família de tropeiros provenientes de Minas Gerais. Sua história está ligada à época áurea do cultivo do café com seus casarões construídos no séc. XVIII. Um dos seus principais atrativos é o Parque Nacional da Serra da Bocaina. 

Como a Pousada Encanto da Bocaina está localizada em ponto estratégico da Serra da Bocaina, permitindo acessar facilmente a cidade de São José do Barreiro e o alto da serra, separamos aqui algumas dicas de passeios incríveis para essas duas opções!

dicas de passeios na serra da bocaina




o que fazer na serra da bocaina
Créditos Imagens - Instagram SJBarreiro e Bruno_Rezende

Conheça as fazendas históricas da região que erguidas no séc XVIII que fazem parte do patrimônio histórico e cultural da cidade. A imponência arquitetônica da época é um charme à parte e proporcionarão a vocês uma visão panorâmica das raízes da região. Algumas delas possuem visita guiada, passeios à cavalo, almoço.

Fazendas Históricas em São José do Barreiro

Fazenda Pau D´Alho – Construída em 1817, tem seus muros de pedra num elevado, lembrando fortes medievais.  Aberta para visitas de quinta a domingo de 9h às 16h 
Deve-se fazer agendamento prévio com a Prefeitura de São José do Barreiro pelo tel 12 31171288 ou por e-mail – gabinete@saojosedobarreiro.sp.gov.br)


 


Fazenda São Francisco – construída em 1813, hoje conta com visitas guiadas, hospedagem, cavalgadas, museu, loja de artesanato e muito mais.


Visitas somente com agendamento! (12) 31171264/ (21)99971-7223 Eliana / Walton





Créditos :  Fazenda São Francisco( divulgação)
Créditos :  Fazenda São Francisco( divulgação)


Créditos :  Fazenda São Francisco( divulgação)


Fazenda da Barra – construída entre 1851 e 1859, hoje, dedica-se a plantio de árvores nativas, ao turismo histórico cultural, com visitação, além de hospedagem, alimentação, ecoturismo e cavalgadas.

Visitas - agende (12)3117-1166 / (24)9823-1154 Paulo / Daniela








Fazenda São Benedito – Construída em 1887 conta com uma intrigante e sensacional história que pode ser contada por lá, hospeda e também produz magnífica cachaça e cerveja artesanal.



Agende – (12) 99118-3581




Cachoeiras  na cidade

Cachoeira da Usina

Cachoeirão do Formoso


Cachoeira da Mata

Cachoeira das Esmeraldas

Em geral as cachoeiras são de fácil acesso, com pequenos e leves trechos de caminhada.



Cachoeira da Usina

Cachoeirão do Formoso




Cachoeira da Mata


Cachoeira da Esmeralda




No Parque Nacional da Serra da Bocaina

Cachoeira Santo Izidro  - a 45 min a pé da portaria do parque, por parte da Trilha do Ouro

Cachoeira das Posses -  a 2h de caminhada da portaria do parque









Trekking

Pico da Bacia - aproximadamente 2h30 de caminhada

Pico do Tira Chapéu - aproximadamente 3h de caminhada

onde se hospedar na serra da bocaina

Créditos  MW Trekking



Agências


Bocaina Experience  - (21) 9715-40339

MW Trekking – (12)3117-1220 / (12) 99728-1174

Recomendamos que estes passeios sejam realizados com os guias de agências locais que farão destas experiências algo muito mais tranquilo e enriquecedor.

de passeios na serra da bocaina
Algumas sugestões:

Estamos a 7 km da tranquila Praça Central da cidade, onde tem restaurantes, cafés, farmácias e supermercados. E a 19 km da entrada do Parque, que tem entrada gratuita e com seu horário de funcionamento de 8h às 17h. Os carros permanecem na portaria do parque e os passeios feitos a pé, não sendo permitida a entrada de nenhum animal que não faça parte daquele bioma.

Seja subindo a Serra ou descendo para cidade, os passeios são variados sempre em cenários multicoloridos e verde de todos os tons.
Cidade - Explore a cidade a pé e viva uma experiência diferente caminhando pelas ruas tranquilas da cidade com seus casarios coloniais cheios de histórias, vocês poderão vivenciar a cidade como um legítimo morador! Tome um sorvete, café ou experimente a Dita, cerveja artesanal da cidade na praça e logo uma prosa espontânea com alguém acontecerá. 










Mas há outras opções de passeios mais exclusivos e personalizados. Indicamos que procure uma agência que ajustará o seu tempo disponível aos seus anseios.

Parque – Na volta do parque almoce na Fazenda Lageado (somente com agendamento)  ou no Recanto da Floresta e depois assista um incrível pôr do sol no mirante da rampa de vôo livre no km 21.

Rest. Faz. Lageado  - km 23,5 (12) 99610-8533

Rest. Recanto da Floresta - km 23,8 (12) 99726-7976/ 99728-1174


dicas de passeios na serra da bocaina


Bem vindos à Serra da Bocaina e bom passeio!




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